domingo, 6 de março de 2011

QUAIS SÃO AS MARCAS DA SUA MISSÃO? WILLIAM CAREY, O HOMEM QUE MARCOU SUA GERAÇÃO! por Marielle Batista Ribeiro


QUAIS SÃO AS MARCAS DA SUA MISSÃO? WILLIAM CAREY, O HOMEM QUE MARCOU SUA GERAÇÃO!

A separação entre teologia e missões tem causado graves problemas à Igreja de Cristo no mundo. Até algum tempo atrás, missões era o resultado inevitável de uma teologia baseada na Palavra de Deus. Vemos isto na vida e obra do grande missionário batista William Carey, que viveu no século passado.  Mas infelizmente a separação entre teologia e missões tem penetrado nas igrejas e organizações missionárias no período moderno, e tem produzido efeitos perniciosos até o dia de hoje.
A afirmação de Michael Green de que "quase todo teólogo não gosta de evangelização e quase todo evangelista não gosta de teologia," é mais verdadeira, infelizmente, do que desejaríamos. Toda reflexão teológica deveria desembocar em subsídios para o esforço expansionista da Igreja de Cristo. Esses esforços, por sua vez, nada mais podem ser do que teologia em ação. Na verdade, quando a nossa prática missionária não é fertilizada e controlada por uma reflexão teológica correta, ela acaba se tornando em ativismo, desempenho estilizado ou simplesmente uma aplicação frenética de métodos.
Filho primogênito de Edmund Carey (m. 1816) e Elizabeth Wells (m. 1787), William Carey nasceu em uma humilde cabana em 17 de agosto de 1761, na pequena vila de Paulerspury, em Northamptonshire, na Inglaterra. Em toda a sua vida, sempre lutou com dificuldades de todo gênero, porém jamais se deixando vencer por elas. Seus companheiros diziam dele: "O que Carey começa, sempre termina". Quando ainda menino, Carey subiu numa árvore para observar um ninho de pássaros. Escorregou e caiu. Com algumas contusões e arranhões, voltou para casa; sua mãe tratou de aplicar-lhe os curativos e colocou-o na cama. Entretanto, sua mãe logo notou a ausência do menino e, quando viu, lá vinha ele chegando com o ninho de pássaros na mão. O menino Carey tinha Cristóvão Colombo (1451-1506) como seu herói favorito, a ponto de receber o apelido de "Colombo". Amava a natureza, colecionava e estudava pássaros, insetos e plantas que encontrava nos campos. Acima de tudo, porém, amava os livros, especialmente os que falavam de viagens e aventuras. Em Piddington, aos quatorze anos, William aprendeu o ofício de sapateiro.
Apesar de nascer em um lar anglicano, sua primeira identificação com a fé genuína foi através de seu companheiro de trabalho, John Warr, filho de um desertor da Igreja Estatal. Em 1779, aos 18 anos, quando ainda estava identificado com a igreja oficial da Inglaterra, experimentou o novo nascimento, passando a freqüentar uma pequena igreja batista. Logo começou a se preparar para pregar. Acumulou muitos conhecimentos, tornando-se poliglota; dominou o latim, grego, hebraico, italiano, francês e holandês, além de diversas ciências. A fim de estudar hebraico caminhava catorze quilômetros para se encontrar com o professor. Assim, aos poucos, entendeu que o mundo era bem maior do que as Ilhas Britânicas e sentiu, como todo o crente verdadeiro deve sentir, a perdição de uma humanidade sem um Salvador.
Em Junho de 1781, casou-se com a jovem Dorothy Placket, da qual teve cinco filhos. No ano de 1775, foi atingido pelo avivamento trazido pelas mensagens de John Wesley e George Whitefield. Apesar de ter sido batizado quando criança, William Carey sentiu a necessidade de confessar sua fé publicamente. Sendo assim, foi batizado nas águas no dia 5 de Outubro de 1783, pelo pastor John Ryland. Na sua pequena oficina pendurou um mapa mundial feito pelas suas próprias mãos. Neste mapa, ele incluíra todas as informações disponíveis: população, flora, fauna, características dos indígenas, etc. Enquanto trabalhava, olhava para ele, orava, sonhava e agia! Foi assim que sentiu mais e mais a chamada de Deus em sua vida. A denominação que Carey pertencia achava-se em grande decadência espiritual. Quando quis introduzir o assunto de missões numa sessão de ministros, foi repreendido pelo veneravél presidente John Ryland, que lhe disse: "Jovem assente-se. Quando Deus resolver converter os pagãos, fa-lo-á sem a sua e a minha ajuda." Mas Carey continuou a sua propaganda pró-missões estrangeiras, e tomando Isaías 54.2 como texto, pregava sobre o tema: "Esperai grandes coisas de Deus; praticai proezas para Deus."
Em 1787, William Carey foi consagrado e começou a pregar sobre a necessidade missionária no mundo, e não só na Inglaterra. Como os membros de sua congregação eram pobres, provendo-lhe o módico ordenado de 15 libras anuais, Carey teve por necessidade continuar trabalhando para ganhar o seu sustento. Costumava dizer: "Meu negócio é estender o Reino de Cristo. Fabrico e remendo sapatos unicamente para ajudar a cobrir minhas despesas". O Sr. Robert Hall (1728-1791), pastor em Arnesby, Leicestershire, foi um dos mentores de Carey no ministério
O resultado foi que um grupo de doze pastores batistas, reunidos na casa de Sra. Beeby Wallis, formaram a Baptist Missionary Society (Sociedade Missionária Batista), no dia 2 de outubro de 1792. Originalmente, o nome da organização era Particular Baptist Society for the Propagation of the Gospel Amongst the Heathen (Sociedade Batista Particular para a Propagação do Evangelho entre os Pagãos). Carey se ofereceu para ser o primeiro missionário. Através do testemunho do Dr. John Thomas (1757-1800), um missionário e médico que trabalhou por vários anos em Bengali, na Índia, William Carey recebeu confirmação de sua chamada no dia 10 de janeiro de 1793. Andrew Fuller (1754-1815), pastor batista em Kettering, tornou-se o principal teólogo do movimento missionário, aliando a profunda teologia da escola calvinista de Jonathan Edwards (1703-1758) com um fervoroso zelo missionário e uma ação pastoral prática e piedosa. Homens como os pastores batistas Samuel Pearce (1766-1799) e John Sutcliff (1752-1814), e John Newton (1725-1807), o conhecido clérigo anglicano e escritor de hinos, foram grandes encorajadores da obra missionária que ele se propôs a realizar.  
Apesar de Carey ter certeza de sua chamada, sua esposa recusou-se a deixar a Inglaterra. Isto muito doeu em seu coração. Foi decidido, no entanto, que seu filho mais velho, Felix, o acompanharia à India. Além deste fator, outro problema que parecia insolúvel era a proibição de qualquer missionário na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar, mas mesmo assim, conseguiram embarcar sem o documento no dia 4 de abril de 1793. Ao esperar na Ilha de Wight por outro navio que os levaria à Índia, o comandante recusou levá-los sem a permissão necessária. Com lágrimas nos olhos e o coração apertado, William Carey viu o navio partir e ele ficar. Sua jornada missionária para Índia parecia terminar ali. Porém, Deus, que tem todas as coisas sob controle, tinha outro propósito.
Ao regressar à Londres, a Sociedade Missionária conseguiu reunir recursos e comprar as passagens em um navio dinamarquês. Uma vez mais, Carey rogou à sua esposa que o acompanhasse. Ela ainda persistia na recusa, e ao despedir-se pela segunda vez disse: “Se eu possuísse o mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio de levar-te e os nossos filhos comigo; mas o sentido do meu dever sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar atrás sem incorrer em culpa para minha alma." Ao se preparar para partir, um dos amigos que iria viajar com Carey, Dr. Thomas, voltou e conversou com Dorothy, esposa de William Carey, e, como que por um milagre, ela decidiu acompanhá-lo. Foi uma imensa alegria para ele, quando viu sua esposa e filhos com as malas prontas a lhe acompanhar! Agora ele compreendia a razão de não haver viajado no primeiro navio. O comandante do navio comoveu-se a ponto de permitir que a família viajasse sem pagar as passagens. Finalmente, no dia 13 de junho de 1793, a bordo do navio Kron Princesa Maria, William Carey, com trinta e três anos, deixou a Inglaterra e nunca mais voltou, partindo para a Índia com sua família, onde, em condições dificílimas e de oposição, trabalhou durante quarenta e um anos. Durante sua viagem, aprendeu suficiente o Bengali, e ao desembarcar, já comunicava com o povo.
Alguns biógrafos dizem que William Carey "não foi dotado de inteligência superior e nem de qualquer dom que deslumbrasse os homens". Entretanto, todos identificam "seu caráter perseverante, com espírito indômito e inconquistável, que completava tudo quanto iniciava". O fato, porém, é que apesar de não haver recebido educação formal em sua mocidade, Carey chegou a ser um dos homens mais eruditos do mundo, no que diz respeito à lingua sânscrito e a outros idiomas orientais. Distinguiu-se notavelmente no campo da lingüística, e suas gramáticas e dicionários são usados ainda hoje.
Decorridos sete anos, o primeiro convertido foi batizado, Krishna Pal (m. 1822), um carpinteiro. Outros missionários se juntaram a Carey. Em 1799, William Ward (1769-1823) e Joshua Marshman (1768-1837) vieram somar esforços. Juntos eles fundaram 26 igrejas, 126 escolas com 10.000 alunos, traduziram as Escrituras em 44 línguas, produziram gramáticas e dicionários, organizaram a primeira missão médica na Índia, seminários, escola para meninas, e o jornal na língua Bengali. Além disso, William Carey foi responsável pela erradicação do costume "suttee", o qual queimava a viúva juntamente com o corpo do defunto numa fogueira. Foi também responsável pela cessação do sacrifício de crianças, que eram atiradas às águas do rio Ganges. Entre os efeitos de seu trabalho estão vários experimentos agrícolas; a fundação da Sociedade de Agricultura e Horticultura na Índia em 1820; a primeira imprensa, fábrica de papel e motor à vapor na Índia; e a tradução da Bíblia em Sânscrito, Bengali, Marati, Telegu e nos idiomas dos Sikhs.
Estudantes dos departamentos de Letras, Literatura e Educação o reconhecem como o 1º tradutor dos grandes clássicos religiosos da literatura indiana, como o Ramayana e o tratado filosófico Samkhya na língua inglesa. Willian Carey traduziu e publicou a Bíblia em 40 línguas diferentes! Ele fundou a 1ª Faculdade Asiática em Serampore, perto de Calcutá; foi professor de Bengali, Sânscrito e Marathi no Fort William College em Calcutá e escreveu o 1º dicionário de sânscrito para estudiosos. Além disso, ele começou dezenas de escolas para crianças de todas as castas. Por mais de 3 mil anos a cultura religiosa proibiu a maioria dos indianos do acesso ao conhecimento, estratégia das altas castas para controlar as castas inferiores. Carey demonstrou tremendo poder espiritual contra os sacerdotes e religiosos. Carey escreveu baladas do evangelho em Bengali para atrair aos cultos hindus que amavam a música e transformou o Bengali – considerada apta somente para mulheres e demônios – na língua mais importante da Índia. Seu objetivo sempre foi criar uma literatura vernácula, nacional.
 Estudantes de história o têm como pai da renascença indiana nos séculos XIX e XX. O ápice intelectual, artístico, arquitetônico e literário da Índia hindu do século XI cessou e declinou com o monismo de Adi Shankaracharya. Todo o racionalismo, modernismo, temas científicos e tudo o mais que enriquece a cultura tornou-se suspeito dentro da cultura. Asceticismo, misticismo, ocultismo, superstição, idolatria, feitiçaria formaram a estrutura e visão de mundo da cultura indiana. Isso tudo em meio à exploração estrangeira e controle Europeu. Carey viu a Índia como um país amado por Deus, onde a verdade deveria reinar. O movimento de Carey culminou no surgimento do nacionalismo indiano e subseqüente movimento pela independência.
 Estudantes de economia o apontam como o precursor da idéia da poupança, um homem que lutou contra a avareza, a cultura de propinas e a usura da época. Juros entre 36-72 % tornam investimentos, indústria, comércio impossíveis, dizia ele! Ele pregou ética na economia e buscou incrementar as relações econômicas entre a Índia e Inglaterra numa época de xenofobia;
 Estudantes de engenharia o tratam como um industrial, que trouxe a máquina a vapor para a Índia, animou os ferreiros a fazerem cópias de suas máquinas; o 1º a utilizar papel indiano para publicação;
 Estudantes de ecologia garantem que Carey foi o 1º a escrever artigos sobre a floresta indiana quase 50 anos antes do governo começar suas tentativas de conservação ambiental em Malabar. Ele defendeu o cultivo da madeira dando conselhos práticos em como plantar árvores com propósitos ambientais, agricultura e comerciais. Deus nos fez responsáveis por toda a terra!
 Estudantes de agronomia o tratam como o fundador da sociedade Agricultura e Horticultura em 1820, 30 anos antes da Sociedade Real de Agricultura ser estabelecida na Inglaterra. Carey fez sistemáticas pesquisas da agricultura e intensas campanhas pela reforma agrária. Tudo isso, por estar horrorizado pelo fato de 3/5 deste bonito país se tornara uma grande selva não cultivada e cheia de feras e serpentes; ele publicou os primeiros livros sobre ciência e história natural na Índia, trouxe o sistema de jardinagem Linnaen e inspirou o nome dum dos três eucaliptos da Índia: Careya Herbacea. Ele freqüentemente palestrou sobre ciência e mostrou como insetos não seriam almas aprisionadas, mas criaturas valiosas de atenção;
 Estudantes de medicina lembram que Carey realizou a 1ª campanha por um tratamento digno aos leprosos. Naquela época eles eram queimados ou enterrados vivos pela crença que um corpo, com um fim violento, transmigraria para uma existência saudável. “Jesus tocou os leprosos”, dizia Carey
 Estudantes de comunicação e marketing o honram como pai da tecnologia da impressão. Ele trouxe a imprensa e publicação e ensinou a utilizá-la além de estabelecer o 1º Jornal em língua oriental, Friend of India, uma força que impulsionou o movimento de reforma social na 1ª metade do XIX.
 Estudantes de sociologia e dos direitos da mulher lembram que ele fez pesquisas sociológicas e publicou artigos para levantar protestos em Bengali e Inglaterra. Ele foi o 1º a levantar-se contra os assassinos cruéis e opressores da mulher indiana. Os homens destruíam as mulheres através da poligamia, genocídio infantil, casamento infantil, queima de viúvas (sati), eutanásia e analfabetismo feminino. Todos esses sancionados pelo hinduísmo e outras religiões. Ele persistiu 25 anos contra o sati até que o edito de 1829 baniu essa prática, alem de abrir escolas para moças e arranjar maridos para viúvas convertidas;
 Estudantes de filosofia asseveram que William Carey reviveu a antiga idéia de que ética e moralidade estão inseparavelmente ligados à religião, enquanto muitos na época separavam a espiritualidade de moralidade. Ele reafirmou que os seres humanos são pecadores e precisam de perdão. Esse ensino revolucionou a espiritualidade indiana que enfatizava meramente a experiência mística individualista;
 Estudantes de astronomia sabem que Carey introduziu o estudo da astronomia na Índia. Ele não acreditava que os astros eram deuses que governavam a vida das pessoas. Profundamente preocupado com os desdobramentos culturais da astrologia: fanatismo, superstição, ele lembrou que homens foram criados para governar a natureza e não vice-versa. Sabia que o sol, lua e planetas são criados para manifestar a glória de Deus e ajudam a dividir as estações, anos e meses e definir direções (norte, sul, leste, oeste). A astronomia liberta enquanto a astrologia aprisiona!
Estudantes de biblioteconomia o aceitam como o pioneiro no empréstimo de bibliotecas para a Ásia. Enquanto os navios britânicos importavam armas e soldados, Carey trouxe livros educativos e sementes nestes mesmos navios. “Livros libertam”, dizia Carey!
Carey morreu aos setenta e três anos, na manhã de 9 de junho de 1834, respeitado por todo o mundo, e considerado por muitos como "o pai de um grande movimento missionário". Seu corpo foi sepultado no "campo missionário". Ao chegar à Índia, os ingleses negaram-lhe permissão para desembarcar. William Wilberforce (1759-1833), o denodado líder do Parlamento (que se empenhou pelo fim do tráfico negreiro), defendeu o direito de Carey e outros missionários de levarem adiante a pregação do Evangelho na índia. Ao morrer Carey, porém, o governo britânico mandou içar as bandeiras a meia haste em honra de um herói que fizera mais para a Índia do que todos os generais britânicos.
Carey acreditava que os missionários devem estudar o pano de fundo e a maneira de pensar dos povos não-cristãos aos quais servem, treinando um ministério indígena o mais prontamente possível. Assim, quando Carey faleceu, os próprios crentes indianos puderam dar continuação à obra, pois havia uma liderança formada. Esse famoso missionário inglês, pastor batista e pai das missões modernas, foi mais do que simplesmente um típico missionário transcultural. Na verdade, ele foi um modelo de líder cristão preocupado com a transformação das culturas, castas e cosmovisões da Índia.
Como você pode perceber, William Carey desejava que o Evangelho de Cristo influenciasse todas as áreas do conhecimento e penetrasse todas as esferas sociais. Ele possuía uma profunda convicção de que o Reino de Deus deve impactar e transformar os valores, as ciências, as idéias, as atitudes e a mentalidade do povo.
Como cristãos, não podemos apenas “salvar almas”, abençoar pessoas espiritualmente (se bem que espiritualmente não signifique “fora do corpo”, alma etérea, mas sim uma ação do Espírito de Deus sobre a vida). Parece que esta ainda é a tendência vigente em muitas igrejas e projetos cristãos: fiquemos com nossas igrejas ambientadas, cultos modernizados e programas contemporâneos! E o mundo lá fora? Que se lixe, que vá para ao inferno!?! Bem, nunca foi essa escatologia escapista ou teologia fatalista que marcaram a visão de William Carey e de muitos outros santos e sábios missionários, encorajados pelo evangelho integral do Senhor Jesus Cristo, bem como do seu irmão Tiago e do apóstolo Paulo de Tarso.
“Esperem grandes coisas de Deus, empreendam grandes coisas para Deus". 

Referência Bibliográfica.

 http://www.cicero.com.br/evangelista/williamcarey.htm acesso em 15 de abril de 2008 às 15h20min

http://www.sepoangol.org/carey.htm acesso em 15 de abril de 2008 às 15h50min.
Marielle Batista Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário